A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas pode ter reflexos para os preços dos grãos no mercado internacional, e ainda pode resultar em valorização nos preços dos fertilizantes, conforme apontam análises da Hedgepoint Global Markets e do Itaú BBA.
A Hedgepoint diz que o aumento das tensões no Oriente Médio sempre leva a alguma aversão ao risco em todo o mundo e, portanto, a uma fuga de capital de ativos considerados mais arriscados, como as commodities agrícolas.
Em busca de ativos considerados mais seguros em momentos de tensão geopolítica, agentes de mercado migram, por exemplo, para investimentos como o dólar. E, como a procura pela moeda americana aumenta, ela tende a se valorizar.
Como já aconteceu no início do conflito entre Israel e Hamas, as cotações do petróleo subiram, diante do receio com uma possível restrição na oferta, já que, segundo a Hedgepoint, a região está repleta de importantes atores do mercado que têm relações tensas com Israel.
Em alguma medida, quando o preço do petróleo sobe muito, tende a encarecer a soja e o milho na bolsa de Chicago. A valorização do fóssil aumenta a demanda por óleo de soja e também pode favorecer a procura por etanol nos EUA, onde o biocombustível é feito principalmente de milho.
Há ainda o possível efeito da alta do petróleo para as cotações dos fertilizantes. Nesse sentido, o Itaú BBA lembra que Israel é o 6º principal fornecedor de fertilizantes do Brasil, com um total de 1,2 milhão de toneladas e 4% de participação no total importado nos nove primeiros meses do ano, de 28,7 milhões de toneladas.
Por outro lado, a instituição diz que a elevação dos preços do petróleo pode trazer consequências para os custos de produção dos fertilizantes, sobretudo os nitrogenados. Além disso, o óleo fóssil valorizado resulta em energia e fretes mais caros.
Fonte/foto: ACCS/Revista Globo Rural
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